/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/P/9/jUpc4kQDGh10wTNlQ6uw/0602-montagem-abertura-materia-lula.png)
Roberto Campos Neto e Lula: para especialistas, a melhora da comunicação poderia acalmar os ânimos — Foto: Reuters/Arte g1
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou a cerimônia de posse de Aloizio Mercadante como presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para subir o tom novamente contra a política monetária conduzida pelo Banco Central (BC).
Desta vez, o presidente criticou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a taxa Selic em 13,75% ao ano. A decisão em si era esperada, mas o comunicado do BC considera que as expectativas de inflação pioraram, principalmente por conta da perspectiva de gastos públicos mais elevados neste início de governo.
Na carta, o Copom afirma que o índice de preços continua acima do intervalo compatível com o cumprimento da meta de inflação e, para mantê-lo sob controle, deve manter os juros elevados por um “período mais prolongado”.
É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, disse Lula.
Não foi a primeira vez que o presidente disparou contra o BC ou a política monetária conduzida pelo economista Roberto Campos Neto.
Lula já falou:
- que a independência do BC é “bobagem”, e reforçou que Henrique Meirelles teve autonomia em seu governo anterior mesmo antes da lei;
- que a meta de inflação do país, de 3,75%, obriga a “arrochar” a economia brasileira em momento que precisa voltar a crescer;
- que iria esperar “esse cidadão”, Campos Neto, terminar o mandato para “fazermos uma avaliação do que significou o Banco Central independente”;
- que Campos Neto quer chegar a uma inflação “padrão europeu”, mas que é necessário chegar à inflação “padrão Brasil”;
- que o Brasil tem “cultura” de juros altos, e que o patamar de juros e o comunicado do BC são uma “vergonha”.
O “duelo” ganhou destaque no olhar público justamente por conta da independência do BC. Campos Neto foi indicado pelo governo de Jair Bolsonaro e não pode ser demitido por Lula. A lei “blinda” a instituição de ingerência política, e permite que a atuação seja técnica e focada no combate à inflação.
Para economistas ouvidos pelo g1, alguma tensão entre governantes e um BC autônomo é comum. Isso porque juros mais altos são um freio para a economia, e, por aqui, Lula procura motores para reaquecer a atividade do país.
LEIA TAMBÉM:
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_59edd422c0c84a879bd37670ae4f538a/internal_photos/bs/2023/y/m/49PfaQQHWs2WBU68c0mw/2023-02-06t164901z-676858384-rc2r5z9u3dt7-rtrmadp-3-brazil-economy.jpg)