Fernandinho Guarabu estava no comando do tráfico da Ilha há 13 anos — Foto: Divulgação
O traficante Fernando Gomes Freitas, o Fernandinho Guarabu, chefe do tráfico de drogas no Morro do Dendê, na Ilha do Governador, foi morto na manhã desta quinta-feira (27) durante uma operação da Polícia Militar do Rio de Janeiro.
Guarabu era procurado pela Justiça há mais de 15 anos e o traficante que estava há mais tempo na chefia de um morro no Rio. A recompensa oferecida pelo Disque Denúncia por informações que levassem à prisão do traficante era de R$ 30 mil.
Desde as primeiras horas da manhã, os PMs realizam uma varredura dentro do Complexo do Dendê. Com Guarabu, foram apreendidos um fuzil, quatro pistolas, granadas e drogas.
A liberdade de Fernando Guarabu era garantida, segundo a polícia, com uma rede de olheiros e propinas distribuídas a policiais militares.
Homens dos batalhões de Operações Especiais e de Choque, além de policiais militares do Grupamento de Ações Táticas do 17º batalhão atuam na comunidade.
Chefão tinha forte esquema de segurança
Guarabu e seu amigo de infância e braço direito do tráfico, Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, que é o segundo na hierarquia da comunidade, expandiram seus domínios em relação ao tráfico de drogas, até a Baía de Guanabara.
Para se manter no poder, além da propina paga a PMs, Guarabu tinha olheiros espalhados pela Ilha do Governador, que tem apenas um ponto de entrada por terra: a Ponte do Galeão. Cauteloso, ele ainda colocava olheiros em lajes de residências em ruas ao redor do Dendê.
Guarabu e Gil: amigos de infância e parceiros no tráfico de drogas — Foto: Reprodução
Segundo a polícia, o traficante teria montado um "exército" e havia, nos acessos à comunidade, bandidos que faziam a "contenção" de seus pontos de drogas.
Guarabu possuía 14 mandados de prisão contra crimes como associação para a prática de tráfico ilícito de substância entorpecente, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa.
O criminoso também lucrava com a exploração da circulação de vans e kombis na localidade, que teriam como taxas no valor de R$330 por motorista. O traficante também estendeu seus negócios com venda de botijões de gás, TV a cabo clandestina e internet.
Polícia tinha informações privilegiadas
De acordo com o porta-voz da Polícia Militar, coronel Mauro Fliess, os policiais tinham informações privilegiadas sobre uma reunião das lideranças do tráfico do Complexo do Dendê na comunidade nesta quinta-feira (26). Além de Guarabu, outros cinco homens ficaram feridos durante o confronto.
"Uma operação planejada e coordenada pelo coronel Sarmento do Comando de Operações Especiais. Tínhamos informação privilegiada, foi feita incursão, sempre com toda cautela para as pessoas que residem no local. Houve um confronto provocado pelos marginais que resistiram à prisão".
Segundo Fliess, a operação continua não só dentro da comunidade, mas com ações preventivas que já estão sendo tomadas no entorno para evitar que moradores sejam coagidos a ir para a rua, queimar ônibus e praticar atos de vandalismo. "Se isso acontecer, serão presos em nome da Lei. A Polícia Militar não vai admitir a perturbação da ordem", diz o coronel.
"Já são 252 fuzis apreendidos no Rio de Janeiro pela Polícia Militar só em 2019. Isso dá uma media de 1,5 fuzil apreendido por dia, armas de guerra que a Polícia Militar tira de circulação diariamente"
O coronel informou ainda que os agentes checam se houve morte de outras lideranças no tráfico da comunidade. "A alta hierarquia do tráfico local estava reunida e foram confrontados pelos policiais do Batalhão de Choque", explica o porta-voz da corporação.
Cartaz - Recompensa de R$ 30 mil por traficante Fernando Gomes de Freitas, Fernandinho Guarabu — Foto: Divulgação/Disque-denúncia
Gilberto Coelho de Oliveira, o Gil, atuava como chefe do tráfico do Morro do D